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Eu Herdei, o que é o inventário?

Como funciona o inventário judicial e o extrajudicial O inventário é o procedimento legal utilizado para identificar, avaliar e dividir os bens de uma pessoa falecida entre os herdeiros. No Brasil, ele pode ocorrer de duas formas: judicial ou extrajudicial, dependendo das circunstâncias do caso. --- Inventário Judicial O inventário judicial é obrigatório quando: Há herdeiros menores de idade ou incapazes; Há conflito entre os herdeiros sobre a partilha de bens; Existe testamento deixado pelo falecido (com algumas exceções, dependendo do tipo de testamento e do cumprimento de requisitos legais). Etapas principais do inventário judicial: 1. Abertura do inventário: Um advogado deve ser contratado por pelo menos um dos herdeiros ou pelo cônjuge sobrevivente. É feita a petição inicial ao juiz. 2. Nomeação do inventariante: Geralmente é o cônjuge sobrevivente ou um dos herdeiros. 3. Levantamento dos bens: Todos os bens, dívidas e direitos do falecido são listados. 4. Cálculo do ITCMD: É feit...

Direito do Cidadão a Procedimentos e Cirurgias

  Direito do Cidadão a Procedimentos e Cirurgias Procedimentos médicos e cirurgias necessárias à saúde são direitos assegurados tanto por planos de saúde quanto pelo SUS, com base no princípio constitucional da dignidade humana e da universalidade do acesso à saúde . Obrigações dos Planos de Saúde: Devem cobrir todo tratamento previsto no Rol da ANS , incluindo exames, terapias, cirurgias eletivas ou de urgência, transplantes e tecnologias (como robótica), desde que haja indicação médica documentada. Autorizações prévias não podem ser indeferidas sem justificativa técnica, e o prazo máximo para resposta é de 15 dias (Lei nº 13.656/2018). Procedimentos experimentais ou fora do Rol podem ser exigidos judicialmente se comprovada a eficácia e ausência de alternativa pelo SUS. Obrigações do Poder Público (SUS): União, estados e municípios devem oferecer procedimentos gratuitamente através do SUS, conforme diretrizes do SIGTAP (Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procediment...

Direito do Cidadão a Medicamentos

  Direito do Cidadão a Medicamentos O acesso a medicamentos essenciais é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal (art. 196) e regulamentado pela Lei nº 9.656/1998 (Lei dos Planos de Saúde) e pela Lei nº 8.080/1990 (Lei Orgânica da Saúde). Obrigações dos Planos de Saúde: Planos de saúde são obrigados a fornecer medicamentos vinculados a tratamentos cobertos pelo contrato, conforme o Rol de Procedimentos da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Inclui medicamentos para uso hospitalar, oral, injetável ou de alto custo (como quimioterápicos, imunobiológicos), desde que prescritos por médico credenciado e com comprovação de necessidade terapêutica. Negativas indevidas podem ser contestadas via recurso administrativo à ANS ou judicialmente. Obrigações do Poder Público (SUS): Estados, municípios e União devem fornecer gratuitamente medicamentos não cobertos por planos ou para pacientes dependentes exclusivamente do SUS, via programas como Farmácia Popu...

LGPD

 LGPD Parte 1: A LGPD no Brasil - Para Todos O que é? A Lei nº 13.709/2018 (LGPD) é a legislação brasileira que regula o tratamento de dados pessoais. Inspirada no GDPR europeu, ela entrou em vigor em setembro de 2020, com sanções administrativas aplicáveis desde agosto de 2021. Principais Pilares: Finalidade: Os dados só podem ser coletados para propósitos específicos, legítimos e informados ao titular. Consentimento: Em geral, é necessário o consentimento livre, informado e inequívoco do titular (com exceções como cumprimento de obrigação legal). Direitos dos Titulares: Você tem direito a: Acessar seus dados. Corrigir dados incompletos ou errados. Excluir dados (direito ao esquecimento). Portar seus dados para outro fornecedor. Revogar o consentimento a qualquer momento. Saber com quem seus dados foram compartilhados. Transparência: As organizações devem informar de forma clara como tratam os dados. Segurança: Implementação de medidas técnicas e administrativas para pr...

Manual para constituição de Startups: Guia inicial para Empreendedores (Atualizado com MOU e Contrato Social para Startups)

Manual Essencial constituição de Startups (Guia Prático para Empreendedores Iniciantes) Sumário Contrato Social para Startups Memorandum of Understanding (MOU) Documentos para Constituição da Empresa Acordos entre Sócios e Investidores LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) Acordos de Confidencialidade (NDA) Documentos para Fusões e Aquisições (M&A) Parcerias Comerciais Outros Documentos Relevantes Conclusão e Checklist 1. Contrato Social para Startups Objetivo: Formalizar a estrutura jurídica da empresa e definir regras entre sócios. Cláusulas Essenciais Item Descrição Objeto Social Amplo e flexível, permitindo diversificação de atividades sem alterações. Capital Social Defina valores, aportes iniciais e percentual de participação de cada sócio. Governança Regras para decisões estratégicas (ex.: quórum mínimo, direitos de veto). Cláusulas de Saída Drag-along (venda coletiva) e Tag-along (proteção a minoritários). Vesting Cronograma para aquisição total de cotas (ex.: 4 anos com ...

Inscrição Indevida em Cadastros Restritivos de Crédito

Inscrição Indevida em Cadastros Restritivos de Crédito e o Direito à Indenização por Danos Morais e Materiais: Fundamentos Doutrinários e Jurisprudenciais 1. Introdução A inscrição indevida em cadastros restritivos de crédito (como SPC, Serasa e Boa Vista) configura violação aos direitos do consumidor e à dignidade da pessoa humana, gerando impactos financeiros e emocionais. Além de dificultar o acesso a crédito, essa prática afeta a reputação e a tranquilidade do indivíduo, legitimando pleitos indenizatórios por danos morais e materiais. Este texto analisa os fundamentos legais, a doutrina e a jurisprudência que respaldam a reparação civil nesses casos. 2. Fundamentação Legal O Código de Defesa do Consumidor (CDC) estabelece diretrizes claras sobre a inscrição em cadastros de inadimplentes: Art. 43, CDC : Exige comunicação prévia ao consumidor sobre a inclusão em cadastros, com indicação do débito e prazo para regularização. Art. 42, CDC : Proíbe cobranças abusivas ou coerc...

Contrato de Prestação de Serviços de Arquitetura: Análise das Fases Inicial, Execução e Acompanhamento de Obra

Contrato de Prestação de Serviços de Arquitetura: Análise das Fases Inicial, Execução e Acompanhamento de Obra 1. Introdução O contrato de prestação de serviços de arquitetura é instrumento jurídico essencial para formalizar a relação entre profissional e cliente, abrangendo desde o projeto inicial até o acompanhamento da obra. Sua violação, seja por descumprimento de prazos, falhas técnicas ou má-fé, pode gerar danos materiais (como custos adicionais) e morais (como estresse e desgaste psicológico). Este texto analisa os deveres do arquiteto, os fundamentos legais para reparação civil e os precedentes jurisprudenciais que reconhecem a indenização nessas hipóteses, conforme fases do contrato. 2. Fundamentação Legal e Âmbito do Contrato O contrato de arquitetura é regido pelo Código Civil (arts. 593 a 609), que estabelece obrigações de meio (diligência técnica) e de resultado (entrega do projeto conforme pactuado). O Código de Defesa do Consumidor (CDC) também se aplica qu...